Museu Afro Brasil
realiza grande exposição sobre arte africana contemporânea
O Museu Afro Brasil promove a partir do dia 25 de maio, dia
Internacional da África, a maior mostra de arte contemporânea africana já
realizada no nosso país. Com programação que inclui instalações, pinturas,
vídeos, esculturas, moda e um encontro para discussões com os artistas, o
projeto Africa Africans, que conta com o patrocínio do Banco Itaú e da
Odebrecht, traça um panorama da recente criação visual do continente por meio
de obras de artistas de diversos países africanos. A entrada é gratuita e aberta
para todas as idades.
A exposição conta com cerca de 100 obras, de mais de 20 artistas, em
diversos suportes e linguagens, além de outras obras de arte africana,
pertencentes ao acervo do museu e à coleção particular de Emanoel Araujo,
diretor curatorial do Museu.
A exposição tem foco na criação de artistas africanos, nascidos e
residentes no continente ou fora dele, assim como artistas de origem africana
que, mesmo tendo nascido fora da África, dialogam com a pluralidade de
experiências estéticas e sociais presente nas diversas regiões do continente.
No Brasil, os fios que nos unem ao continente e que durante muito tempo
ficaram esquecidos e escondidos pelo racismo cordial característico da
sociedade brasileira nos impelem a buscar uma África que é, muitas vezes,
criada pelo imaginário. A imagem da África veiculada pela mídia brasileira é
frequentemente miserabilista ou então sonhada e idealizada, aquela das práticas
culturais originárias de uma África que já não corresponde à atual.
A primeira etapa do Africa Africans aconteceu no último dia 17 de abril,
parte do calendário da 39ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW), onde o
museu teve a honra de receber a mostra Africa Africans Moda e apresentou os
trabalhos de cinco estilistas africanos: Palesa Mokubung (África do Sul); Amaka
“Maki” Osakwe (Nigéria); Jamil Walji’ (Quênia); Xuly Bët (Mali) e Imane Ayissi
(Camarões). A mostra de moda ocorreu no espaço central do museu e teve a
curadoria do nigeriano Andy Okoroafor, reconhecido editor e diretor de arte,
clipes musicais e moda em Paris, França.
EXPOSIÇÃO
Uma das obras de maior destaque da Africa Africans será a colossal “The
British Library”, do artista plástico nigeriano-britânico Yinka Shonibare MBE.
Nascido em Londres em 1962, Shonibare foi criado na Nigéria e voltou para
capital inglesa para estudar Artes, dando início à sua trajetória artística.
Sua instalação é formada por 6.225 livros coloridos encapados por tecidos dutch
wax – conhecidos como ‘tecidos africanos’, mas fabricados na Holanda com uso de
técnicas inspiradas na arte milenar do batik indonesiano. O uso deste material
é uma marca registrada do artista. Shonibare debate nesta obra questões que lhe
são caras como colonialismo, pós-colonialismo e hibridismo e explora o impacto
da imigração sobre todos os aspectos da cultura britânica, considerando as
noções de território e lugar, identidade cultural, deslocamento e refúgio. A
obra também usa recursos multimídia, a exemplo de iPads.
Também com presença confirmada está “Skylines”, de El Anatsui, ganês
radicado na Nigéria. Nascido em 1944, ele é considerado o mais importante
artista africano da atualidade, com grande prestígio na Europa e nos Estados
Unidos e foi recém premiado, no dia 9 de maio de 2015, com um Leão de Ouro, na
Bienal de Artes de Veneza.
Suas obras estão nas coleções públicas do Metropolitan Museum of Art em
Nova York; Museum of Modern Art em Nova York; Los Angeles County Museum of Art;
Indianapolis Museum of Art; British Museum em Londres; e Centre Pompidou em
Paris, entre outras instituições.
Muitas das esculturas de El Anatsui possuem formas mutáveis e são
concebidas para serem livres e flexíveis de modo que se adaptem visualmente em
cada instalação. Ao trabalhar com madeira, barro, metal e, mais recentemente,
tampas metálicas de garrafas de bebidas alcoólicas, Anatsui rompe com a
tradicional adesão da escultura às formas fixas, embora faça visualmente
referência à história da abstração na arte europeia e africana.
Outro destaque fica por conta da obra “Cloud Earth Twist”, do nigeriano
Bright Ugochukwu Eke. A instalação que vem ao Africa Africans tem inspiração
autobiográfica. Após sofrer uma infecção na pele decorrente de uma chuva ácida,
Eke desenvolveu a obra que consiste em milhares de sacos plásticos cheios de
água acidificada.
O trabalho de Eke tem sido exposto em cidades como Durban, Lagos,
Londres, Nova York e Verona, entre outras. Bright Eke cria uma arte socialmente
orientada, explorando os caminhos pelos quais as pessoas interagem com seu
meio. Usando água como tema e meio, ele desafia o espectador a pensar sobre
este precioso recurso, politicamente, eticamente e ecologicamente.
ENCONTRO COM OS ARTISTAS – O Museu Afro Brasil irá realizar ainda, no
dia 26 de maio, um Encontro Internacional sobre o tema da exposição, trazendo
os artistas convidados para um debate com o público acerca de sua produção e de
questões levantadas pela exposição e pelos participantes.
Será produzido também um catálogo trilíngue (português-inglês-francês)
sobre a exposição, a mostra de moda e o seminário.
SERVIÇO:
AFRICA AFRICANS
Exposição de Arte Africana
Contemporânea
ABERTURA DA EXPOSIÇÃO
25 DE MAIO – 19H
ENCERRAMENTO
30 DE AGOSTO
Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares
Cabral, s/n
Parque Ibirapuera -
Portão 10
São Paulo / SP -
04094 050
Fone: 55 11
3320-8900
www.museuafrobrasil.org.br