quarta-feira, 28 de setembro de 2016

EXPOSIÇÃO DO FOTÓGRAFO DAVID ZINGG



EXPOSIÇÃO DO FOTÓGRAFO DAVID ZINGG

Em 1959, o norte-americano David Drew Zingg (1923-2000) veio ao Brasil como parte de um seleto time de profissionais contratados pela editora Abril com a missão de elevar a qualidade da reportagem fotográfica no país. Desembarcou no Rio de Janeiro e, entre idas e vindas entre a cidade e Nova York, acabou se fixando por aqui no final de 1964.

Mais de 20 anos depois, já vivendo em São Paulo, Zingg se aproximou de um jornalista da "Folha de S. Paulo" durante uma festa e disse: "Meu sonho é trabalhar no 'Notícias Populares', que tem a melhor edição de fotografia da imprensa brasileira." Tão controverso quanto popular, o extinto "NP", conhecido pelo bordão "espreme que sai sangue", era o jornal mais vendido em bancas, editado pelo grupo Folha.

Fotógrafo badalado, que já havia passado por veículos como "Life", "Esquire" e "Vogue", além das principais revistas e jornais nacionais, a afirmação de Zingg poderia ter soado só como uma brincadeira durante uma festa, não fosse verdade. Parte da produção das cerca de 20 reportagens que fez no "NP", durante três meses de 1986, estão na exposição "David Zingg no Notícias Populares", em cartaz no MIS de 27 de setembro a 4 de novembro.

Com curadoria de Leão Serva, o então repórter da "Folha" abordado na festa e hoje colunista do jornal, as imagens trazem temas típicos da imprensa popular como a vida sofrida em bairros pobres da periferia, as superstições populares, mulheres em poses sensuais, que o jornal publicava em suas capas, e os preparativos para a Copa do Mundo no México. Além de 35 fotos, a mostra exibe capas e matérias do "NP" com fotos feitas por Zingg.

No curto período, o fotógrafo levou ao jornal sua marca: fotografou artistas como Odair Cabeça de Poeta e o jovem Bené Fonteles, um dos destaques da Bienal deste ano, fazendo uma pajelança nas ruas de São Paulo. Zingg também escreveu para o jornal a nota sobre a chegada ao Brasil do cantor Tony Bennett, que conhecia dos EUA e fez para a Folha a foto de Caetano Veloso segurando um retrato de João Gilberto, dos anos 1960.

A mostra é ainda uma oportunidade de conhecer um pouco mais da história do americano, verdadeiro personagem da crônica social paulistana que, além de fotografar, participava de shows do grupo Joelho de Porco, frequentava eventos sempre cercado de amigos, viajava, escrevia para revistas e se divertia.

Zingg também foi consultor e cronista da "Folha de S. Paulo", escrevendo, de 1987 a 2000, a coluna "Tio Dave". Nas inúmeras viagens que fez pelo país em colaborações para veículos americanos e europeus, o fotógrafo produziu um dos mais significativos retratos do Brasil dos anos 1970 a 1990, em registros de tipos populares, da construção de Brasília e retratos de personalidades e músicos da MPB, uma de suas paixões, como João Gilberto, Os Novos Baianos, Chico Buarque, Pixinguinha, Leila Diniz, Elke Maravilha, Vinicius de Moraes e Juscelino Kubitschek.

David Drew Zingg morreu no dia 28 de julho de 2000, em São Paulo. Seu acervo, composto por mais de 150 mil imagens fotográficas, documentos e objetos pessoais, passou a integrar o acervo do Instituto Moreira Salles em 2012, por meio de comodato realizado com seus descendentes.

Serviço

David Zingg no Notícias Populares
Quando: 27 de setembro a 4 de novembro (terças a sábados, das 12h às 20h; domingos e feriados, das 11h às 19h)
Onde: Museu da Imagem e do Som (Avenida Europa, 158, Jardim Europa)
Quanto: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia) – entrada gratuita às terças
Mais informações: (11) 2117 4777 e www.mis-sp.org.br

Classificação: 14 anos

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Museu da Diversidade Sexual de São Paulo – “Exposição Caio Mon Amour”



Museu da Diversidade Sexual de São Paulo – “Exposição Caio Mon Amour”

O Museu da Diversidade Sexual de São Paulo inaugura neste domingo (11) a exposição Caio Mon Amour, uma homenagem aos 20 anos da morte do escritor Caio Fernando Abreu. A mostra faz parte da programação especial dedicada a Caio, que contará também com filmes, espetáculos teatrais e shows.

A biografia do escritor gaúcho é retratada em uma linha do tempo, usando fotos e fragmentos de suas obras, que expõem questões ligadas à sua homossexualidade. Franco Reinaudo, diretor do museu, lembra a importância de se reforçar a existência de autores homossexuais consagrados na literatura.

“A gente tenta, enquanto museu da diversidade sexual, recuperar um pouco estes personagens tão importantes para a nossa história, a nossa cultura, e que eram homossexuais. Muitas vezes, as pessoas não reconhecem esse lado, e isso acaba sendo uma marca negativa. O Caio é um exemplo disso”, disse.

Com a curadoria de Paula Dip, amiga de Caio, que também produziu livro e filme sobre o amigo, a mostra destaca detalhes da vida e obra do escritor. “Ele passou pela experiência da aids e faleceu por conta disso. A obra dele está permeada dessa vivência. Ele falava muito do amor, da perda, o que a gente tentou retratar nessa exposição”, explica Franco.

Interatividade

Na mostra, foi montada uma plataforma para karaokê literário, em que os visitantes podem declamar poesias. Os espectadores poderão ainda destacar poemas e levar para casa, interagir com um mimeógrafo para imprimir poemas ou usar uma máquina de escrever para produzir a sua própria arte.

“O Caio escrevia muitas cartas, recados. Então, a gente deixou bloquinhos de recados, papel de carta, são atividades que tem a ver com escrever”, disse o diretor. A exposição segue em cartaz até 28 de janeiro, de terça a domingo, das 10h às 18h. O museu funciona dentro da Estação República do Metrô, na Rua do Arouche, 24.


sexta-feira, 2 de setembro de 2016

FILMES COM TEMÁTICA INDÍGENA

FILMES COM TEMÁTICA INDÍGENA

Brasil grande e os índios gigantes (1995, 47min)
Diretor: Aurélio Michiles
Sinopse: O documentário de Michiles narra a saga da tribo Krenakarore e retrata a violenta mudança no destino dos índios após seu contato com os “homens brancos”. Ainda é possível ver depoimentos do antropólogo Darcy Ribeiro, do economista Roberto Campos, do ex-presidente da Funai general Ismarth de Araújo, de indigenistas e jornalistas. Falam também os sertanistas Orlando e Cláudio Vilias-Boas, os primeiros brancos a entrarem em contato com os krenakarore, que relatam sua busca aos índios e posteriores esforços para preservá-los.

Bicicletas de Nhanderú (2011, 45min)
Diretores: Ariel Ortega e Patrícia Ferreira
Sinopse: Uma imersão na espiritualidade presente no cotidiano dos Mbya-Guarani da aldeia Koenju, em São Miguel das Missões no Rio Grande do Sul. O filme narra a cultura indígena e mostra como a influência do “homem branco” ameaça a religiosidade desse povo que se deixou levar por hábitos como a bebedeira, festas e jogos que, segundo a crença da aldeia, fazem mal ao espírito.

Vídeo nas aldeias (2002, 33min)
Diretores: Vincent Carelli e Mari Corrêa
Sinopse: Apresentação da trajetória do projeto Vídeo nas Aldeias, suas oficinas de formação e a produção indígena. Criado em 1987, o projeto começou a introduzir o vídeo em comunidades indígenas que produziam registros para consumo interno. Em 1995, a abertura de um espaço na TV Educativa de Cuiabá, levou o projeto a produzir o “Programa de índio”, uma experiência inédita na televisão brasileira. Desde 1997, o Vídeo nas Aldeias investe, através de oficinas nacionais e regionais, na formação da primeira geração de documentaristas indígenas.

Vídeo nas aldeias (2002, 33min)
Diretores: Vincent Carelli e Mari Corrêa
Sinopse: Apresentação da trajetória do projeto Vídeo nas Aldeias, suas oficinas de formação e a produção indígena. Criado em 1987, o projeto começou a introduzir o vídeo em comunidades indígenas que produziam registros para consumo interno. Em 1995, a abertura de um espaço na TV Educativa de Cuiabá, levou o projeto a produzir o “Programa de índio”, uma experiência inédita na televisão brasileira. Desde 1997, o Vídeo nas Aldeias investe, através de oficinas nacionais e regionais, na formação da primeira geração de documentaristas indígenas.

Wai’á Rini, O poder do sonho (2001, 65min)
Diretor: Divino Tserewahú
Sinopse: A festa do Wai’á, dentro do longo ciclo de cerimônias de iniciação do povo Xavante, é aquela que introduz o jovem na vida espiritual, no contato com as forças sobrenaturais. O diretor Divino Tserewahú vai dialogando com seu pai, um dos dirigentes deste ritual, para revelar o que pode ser exposto desta festa secreta dos homens, onde os iniciandos passam por muitas provações e perigos.

Muita Terra para Pouco Índio? (2002, 24min)
Diretor: Bruno Pacheco de Oliveira
Sinopse: O filme corresponde a uma tentativa de apresentar, do mundo mais claro e didático, a diversidade da vida dos povos indígenas e suas terras no Brasil, e demonstrar, apoiando-se em dados, depoimentos e imagens, os argumentos que são usualmente utilizados contra a materialização dos direitos indígenas, atacando o preconceito e os estereótipos que emperram a formulação e desempenho de uma política indigenísta afirmativa, e dificultado a garantia dos direitos estabilecidos pela Constituição de 1988.

Das crianças Ikpeng para o Mundo (2001, 35min)
Diretores: Kumaré Ikpeng, Karané Ikpeng e Natuyu Yuwipo Txicão

Sinopse: Quatro crianças Ikpeng apresentam sua aldeia respondendo à vídeo-carta das crianças da Sierra Maestra em Cuba. Com graça e leveza, elas mostram suas famílias, suas brincadeiras, suas festas e seu modo de vida. Curiosas em conhecer crianças de outras culturas, elas pedem para que respondam à sua vídeo-carta.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

SUGESTÃO: CALDER E A ARTE BRASILEIRA


CALDER E A ARTE BRASILEIRA

Em Calder e a Arte Brasileira, o instituto Itaú Cultural lança luz sobre a influência no Brasil da obra do artista norte-americano, pioneiro da arte cinética, e traz à tona a importância de seu papel na formação do neoconcretismo no país.A leveza, movimento e colorido da obra de Alexander Calder (1898-1976) em materiais como o metal, o ferro e o arame inundam os três andares do espaço expositivo do Itaú Cultural a partir do dia 31 de agosto, para convidados, e de 1 de setembro a 23 de outubro, para o público. Com curadoria de Luiz Camillo Osorio, e em parceria com a Expomus e a Calder Foundation, conduzida por Alexander S. C. Rower, neto do artista, em Nova York, a mostra Calder e a Arte Brasileira apresenta 60 peças – 32 do próprio artista, entre móbiles, guaches, maquetes, desenhos, óleos sobre tela e dois audiovisuais. Outras 28 são produções de 14 brasileiros, que revelam a proximidade de seu trabalho ao do artista.

Serviço:
Calder e a Arte Brasileira
Visitação: 1 de setembro a 23 de outubro de 2016.
Instituto Cultural Itaú

Site do Instituto:
http://www.infoartsp.com.br/agenda/calder-e-a-arte-brasileira/