sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Mesmo com maior participação, negros ainda são 17,4% no grupo dos mais ricos

Mesmo com maior participação, negros ainda são 17,4% no grupo dos mais ricos

A população que se identifica como preta ou parda cresceu entre a parcela 1% mais rica da população brasileira. Mesmo assim, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Síntese de Indicadores Sociais, eles representam apenas 17,4% do total da parcela mais rica do país. Mais de 79% são de pessoas brancas. Em 2004, havia 12,4% de negros e 85,7% de brancos nesse grupo, que é formado por pessoas que moram em domicílios cuja renda média é de R$ 11,6 mil por habitante.
Por outro lado, a população que forma o grupo 10% mais pobre, com renda média de R$ 130 por pessoa na família, continua majoritariamente negra. O percentual aumentou nos últimos 10 anos. Em 2004, 73,2% dos mais pobres eram negros, patamar que aumentou para 76% em 2014. Esse número indica que três em cada quatro pessoas é negra entre os 10% mais pobres do país.
Segundo o IBGE, os negros (pretos e pardos) eram a maioria da população brasileira em 2014, representando 53,6% da população, enquanto as que se declaravam brancas eram 45,5%. Em 2004, o cenário era diferente, pouco mais da metade se declarava branca (51,2%), enquanto a proporção de pretos ou pardos era 48,2.
Os brancos eram 26,5% dos mais pobres em 2004 e sua participação nessa fatia da população caiu para 22,8% em 2014.

Se considerada a população total de negros no Brasil, 38,5% deles estavam entre os 30% mais pobres da população em 2014, valor inferior aos 41,6% registrados em 2004. Houve um aumento da proporção de brancos que se encaixam nessa faixa de renda: de 19,1% em 2004 para 19,8%.
Já os negros que estão entre os 30% mais ricos são 20,1% do total da população desta cor no Brasil. Para os brancos, esse percentual é de 41,9% e praticamente não se alterou em relação a 2004, quando era de 41,9%.
Em 2004, 17,2% dos negros estavam entre os 30% mais ricos dos brasileiros.

Desigualdade de renda

Para avaliar a desigualdade de renda, o IBGE calculou o Índice de Palma no Brasil, indicador que avalia quanto a mais os 10% mais ricos se apropriam do total dos rendimentos em relação aos 40% mais pobres. Segundo a pesquisa, o rendimento dos 10% mais ricos concentrava um valor 4,3 vezes maior que os 40% mais pobres do país em 2004, valor que caiu para 3,1 vezes em 2014.
Os números do IBGE mostram que, em 2014, os 40% mais pobres do Brasil recebiam 13,3% do total da massa de renda do país, percentual se manteve praticamente estável entre 2011 e 2014, depois de ter crescido de 2004 (10,6%) a 2011 (13,1%). A população que fica na faixa intermediária, entre os 40% mais pobres e os 10% mais ricos, elevou sua participação de 43,9% do total da renda para 45,6%. Já os 10% mais ricos detinham 45,5% do total dos rendimentos em 2004 e perderam participação, chegando a 41% em 2014.

FONTE: MSN  -  04/12/2015  -  MSN.com/pt-br/?ocid=mailsignoutmd


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Dia Nacional do Samba






Dia Nacional do Samba

O Brasil não é apenas conhecido pelas belas paisagens, pelos craques fantásticos de futebol, nem muito menos pelas novelas televisivas que fazem sucesso no exterior. Quando alguém pensa em Brasil, geralmente a mente salta: mulheres, carnaval e, samba. Isso mesmo, o Samba, um estilo musical que une a diversidade e o swing de uma nação inteira.
 No dia 02 de Dezembro é comemorado o dia nacional do samba, um estilo musical que leva a identidade brasileira para o exterior, claro, existem uma série de modalidades deste estilo musical, desde o samba raiz até aqueles que mantêm a tradição viva até os dias de hoje. Isso mesmo, apesar de toda modernidade que nos cerca, o samba ainda pede passagem entre os grandes sucessos de nossos dias.
 No inicio o dia do samba era comemorado apenas em Salvador, mas como o estilo nunca respeitou fronteiras, aos poucos foi aumentando até se tornar uma comemoração nacional. Era algo esperado devido a quantidade de talentos que tornaram o samba esse estilo musical que leva a tradição, amor e a vivacidade de uma nação inteira. Mesmo com tantos estilos musicais completamente diferentes, o samba é entre todos os mais pitorescos do Brasil, o estilo musical que traduz a essência do povo brasileiro.

 Um estilo musical cheio de gingado e melodia que encanta pelas danças e também pela execução que exige harmonia e talento de todos os músicos envolvidos na roda de samba.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

"Entendendo o que é desastre natural”


"Entendendo o que é desastre natural”


"Entendendo o que é desastre natural”, palestra  ministrada por Lucí Hidalgo Nunes em 26/11/2015.

Conteúdo: Muito se fala a respeito dos desastres naturais, mas não há um entendimento consensual desse e de outros termos relacionados, como suscetibilidade, vulnerabilidade, adaptação, mitigação e resiliência. Nesse webinar tivemos a oportunidade de conversar sobre esse assunto infelizmente tão atual, no Brasil e no mundo. 

Público alvo: Pesquisadores, estudantes e público em geral. 

Palestrante: Geógrafa, docente da Unicamp, tem experiência em extremos climáticos e impactos no meio urbano, desastres naturais, percepção ambiental e divulgação de temas climáticos. Ministra várias disciplinas, orientou mais de 90 estudantes e tem cerca de 150 publicações em variados formatos.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A ARTE E O CANDOMBLÉ NAS MÃOS DE MOISÉS PATRÍCIO, ACEITA?



A ARTE E O CANDOMBLÉ NAS MÃOS DE 
MOISÉS PATRÍCIO, ACEITA?

O artista plástico Moisés Patrício (28) reflete na série fotográfica ‘Aceita?’ diversos conflitos cotidianos. A cada dia, uma imagem nova é composta, fotografada e divulgada no Instagram. Os elementos utilizados para compor sua obra variam de acordo com o sentimento provocado pelo lugar onde o artista frequenta. “Eu chego no lugar e o que me incomoda, o que me dá a sensação de desmaio, de alegria, de tristeza, de revolta ou de manifestação política, serão os elementos ativadores de ideia”, explica.

 A partir de influências como Marcel Duchamp, Moisés que teve seu primeiro contato com a arte aos 14 anos, como assistente do artista plástico Juan José Balzi, busca encontrar uma equivalência ao que chama de perda da humanidade. “Eu parto do discurso dele de pegar um objeto que não tenha nenhum traço humano, nenhum gesto, e tento ativar na minha mão”, conta.

FONTE: http://www.afreaka.com.br/notas/arte-e-o-candomble-nas-maos-de-moises-patricio-aceita/

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Cine Belas Artes exibe filmes inéditos em mostra sobre afrofuturismo.


Belas Artes exibe filmes inéditos em mostra sobre afrofuturismo.

Como parte da comemoração ao Dia da Consciência Negra, o Caixa Belas Artes recebe de 19 de novembro a 2 de dezembro uma mostra com 21 filmes sobre afrofuturismo, que retratam a diáspora da cultura negra pelo mundo e para outros mundos, no passado e no futuro.

O ingresso para cada sessão custa R$ 14 (inteira). Há ainda um passaporte para todos os filmes, por R$ 40.

Batizada de "Afrofuturismo: Cinema e Música Em Uma Diáspora Intergaláctica", a mostra traz ficção científica, fantasia, realismo fantástico, documentários e filmes experimentais em curtas e longas-metragens.

A maioria dos filmes é inédita no Brasil, com destaque para "Space is the Place", de 1974, que conta com a participação do lendário jazzista Sun Ra.

O premiado escritor de ficção científica Samuel R. Delany está representado em uma sessão especial, em que serão exibidos o curta "Orquídea/The Orchid", dirigido pelo próprio escritor, e o documentário "Polymath", em que Delany fala sobre sua vida e seu trabalho.

Do Brasil, a mostra traz dois longas: a ficção hiper-realista "Bom dia, eternidade" sobre o cotidiano de uma família negra paulista, e "Branco Sai, Preto Fica", que mistura documentário e ficção científica para contar sobre um evento trágico em Ceilândia (DF).

Ficção científica com tradições religiosas africanas estão em títulos como "Beatitude", "Rapsódia", "Yansan", do Brasil, e "Oyá: a Ascensão dos Superorixás", da Nigéria.

A mostra conta ainda com uma palestra sobre as definições de Afrofuturismo e sua influência para além do cinema, nos campos musicais, literários e das artes visuais. O evento acontece dia 28 de novembro às 18h30, com entrada gratuita.

Serviço:

Mostra "Afrofuturismo: Uma Diáspora Intergalática no Cinema e na Música"

Quando: De 19 de novembro a 2 de dezembro. 16h (todos os dias), 18h30 (todos os dias) e 23h30 (aos sábados)

Onde: Caixa Belas Artes - Sala Aleijadinho - Rua da Consolação, 2423, Consolação
Quanto: R$ 14 (Inteira) e R$ 7 (Meia).

Passaporte para assistir a todos os filmes da mostra por R$ 40

Bilheteria: Das 13h até 20 minutos após o início da última sessão.

Mais informações:  (11) 2894-5781


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

ÁFRICA E BRASIL: UNIDOS PELA HISTÓRIA E PELA CULTURA


ÁFRICA E BRASIL:
 UNIDOS PELA HISTÓRIA E PELA CULTURA

Acesse a matéria pelo site:
http://revistaescola.abril.com.br/consciencia-negra/africa-brasil/


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Museu Afro Brasil



Museu Afro Brasil

O Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e administrado pela Associação Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura.

Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso Parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu conserva, em 11 mil m2 um acervo com mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.

O Museu exibe parte do seu Acervo na Exposição de Longa Duração, realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam sua Programação Cultural ao longo do ano.

Site do museu:


terça-feira, 10 de novembro de 2015

Preconceito: Mito da democracia racial só fez mal ao negro no Brasil.

Preconceito: Mito da democracia racial só fez mal ao negro no Brasil

O Brasil é um país racista. Casos como os dos insultos ao jogador Michel Bastos e à atriz Taís Araújo nas redes sociais expõem essa realidade com mais visibilidade. O sofrimento de ambos, por serem figuras públicas, tende a comover mais as pessoas.

Mas, segundo especialistas e ativistas sociais, o país ainda reflete as mesmas relações escravocratas de séculos atrás.

"As máscaras caíram. O movimento negro contemporâneo foi responsável pelo desmonte do mito da democracia racial", afirma Rosane Borges, jornalista e professora da Universidade Estadual de Londrina (PR).

O termo, difundido a partir do livro "Casa Grande e Senzala" (1933), de Gilberto Freyre, considera que as relações entre negros e brancos no Brasil se deram e se dão de forma harmônica.

"Os indicadores sociais demonstram como isso é falso. Dados do IBGE e de IDH [sobre qualidade de vida] mostram como a raça é que organiza as relações sociais no Brasil", afirma Borges. Para os estudiosos, a pobreza não explica a mudança nos índices sociais quando se considera apenas a população negra.

Vilma Reis, socióloga e ouvidora-geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia, concorda: "Quando eu olho o sistema prisional, por exemplo, eu vejo um sistema colonial, de vingança contra negros e negras". "Somos mais de 50% do total da população, mas mais de 70% dos pobres e bem mais da metade dos desempregados", compara.

Douglas Belchior, blogueiro e militante do movimento negro, reforça que há muito tempo "existe uma cultura de negação do racismo". "Somos educados a naturalizar o racismo, a achar que é normal", diz Belchior.

Xingamentos nas redes sociais

Para eles, as redes sociais amplificam as vozes, tanto dos caluniados quanto dos caluniadores.

"A internet tira isso de um circuito confinado a um espaço doméstico ou nos clubes e vira uma caixa de ressonância", diz Borges.

"É melhor ter um campo de batalha aberto. Você sofre a ofensa e se pronuncia no mesmo lugar. Quem é homofóbico ou racista não vai recuar, com ou sem as redes sociais", diz Reis.

Douglas Belchior diz, contudo, que "a estrutura da sociedade em que a gente vive é muito mais violenta do que a da web". "A internet faz um favor para a gente, para o bem e para o mal. Explicita valores que estão presentes na sociedade."


Acessado em 10/11/2015 - 10h40m


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Homicídios de negras aumentam quase 20% e de brancas caem 12%, diz estudo.

Homicídios de negras aumentam quase 20% e de brancas caem 12%, diz estudo.

Entre 2003 e 2013, a taxa de homicídios de mulheres negras no Brasil aumentou 19,5%, enquanto a taxa de homicídios contra mulheres brancas caiu 11,9%. Os dados são do estudo Mapa da Violência 2015 - Homicídios de Mulheres divulgado nesta segunda-feira (9) e produzido pela Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais). Em 2013 (dados mais recentes disponíveis), 7,8 mulheres negras foram assassinadas todos os dias. Em geral, a taxa de homicídios cometidos contra mulheres no Brasil cresceu 8,8% no mesmo período.

De acordo com o estudo, em 2003, a taxa de homicídios de mulheres negras no Brasil era de 4,5 para cada 100 mil habitantes. Onze anos depois, em 2013, a taxa subiu para 5,4/100 mil habitantes. Em contrapartida, as taxas de homicídios de mulheres brancas caíram de 3,6/100 mil habitantes em 2003 para 3,2/100 mil habitantes.

Para o coordenador do estudo, Julio Jacobo Waiselfisz, a discrepância entre as mortes de mulheres negras e brancas é resultado de pelo menos três fatores: terceirização da Segurança Pública, politização da temática da segurança e o racismo.
"Na prática, a população branca que tem mais recursos paga por uma segurança extra. Isso acontece nas lojas, nos shoppings para onde esse público vai. Na realidade, a população branca acaba tendo acesso a duas formas de segurança: a do Estado e a privada", explica Jacobo.

O pesquisador diz ainda que a segurança pública virou um tema muito caro aos políticos e que isso influencia a tomada de decisões dos gestores.
"Quando uma empresária branca morre em um bairro nobre, a consequência imediata é que mais policiais são deslocados para aquela área como uma forma de atender ao clamor da opinião pública. O mesmo não acontece quando uma mulher negra é morta em uma favela. Essa politização da segurança gera distorções", afirmou.
Para Jacobo, o racismo é o terceiro elemento que ajuda a explicar a diferença entre os índices de homicídios contra mulheres negras e brancas.
Em relação aos dados totais da pesquisa, o estudo revela que entre os anos de 2003 e 2013 foram mortas 46.186 mulheres. Desse total, 25.637 eram negras, ou 55%. As mulheres brancas assassinadas no período foram 17,5 mil, ou 37% do total.
De acordo com o estudo da Flacso, o Estado com a maior taxa de homicídios contra mulheres negras em 2013 foi o Espírito Santo, onde o índice chegou a 11,1/100 mil habitantes. O Estado com a menor taxa é São Paulo, com 2,7/100 mil habitantes. Em relação às mulheres brancas, o Estado mais violento para elas em 2013 foi Rondônia, onde a taxa chegou a 6,4/100 mil habitantes. O Estado mais seguro para mulheres brancas, segundo a pesquisa, foi Roraima, onde a taxa foi zero.
O estudo critica a impunidade nos casos de homicídios contra mulheres e diz que ela incentiva a violência contra a mulher.
"Se a impunidade é amplamente prevalecente nos homicídios dolosos em geral, com muito mais razão, pensamos, deve ser norma nos casos de homicídio de mulheres", diz o estudo.
"A normalidade da violência contra mulher no horizonte cultural do patriarcalismo justifica, e mesmo autoriza que o homem pratique essa violência, com a finalidade de punir e corrigir comportamentos femininos que transgridem o papel esperado de mãe, de esposa e de dona de casa", registra o documento.
FONTE: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/11/09/homicidios-de-negras-aumentam-195-e-de-brancas-caem-119-diz-estudo.htm



sexta-feira, 6 de novembro de 2015

SÉRIE HERÓIS DE TODO MUNDO

HERÓIS DE TODO MUNDO


Heróis de todo mundo é uma série de interprogramas que apresenta verdadeiros heróis e heroínas que fizeram a diferença na história do Brasil, mas que muita gente desconhece que são negras. Na série, suas histórias e trajetórias são apresentadas e representadas por personalidades que tiveram, de algum modo, sua vida e atividade profissional influenciada por estes heróis.













MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA - CAROLINA MARIA DE JESUS



CAROLINA MARIA DE JESUS

Carolina Maria de Jesus nasceu no interior de Minas Gerais, em Sacramento, no dia 14 de março de 1914. Vinda de uma família extremamente pobre, tinha mais sete irmãos e teve que trabalhar cedo para ajudar no sustento da casa. Por isso, estudou apenas até o segundo ano primário. Na década de 30, mudou-se para São Paulo e foi morar na favela do Canindé. Ganhava seu sustento e de seus três filhos catando papel. No meio do lixo, Carolina encontrou uma caderneta, onde passou a registrar seu cotidiano de favelada, em forma de diário.

Segundo Magnabosco, "mesmo diante todas as mazelas, perdas e discriminações que sofreu em Sacramento por ser negra e pobre, Carolina revela, através de sua escritura, a importância do testemunho como meio de denúncia sociopolítica de uma cultura hegemônica que exclui aqueles que lhe são alteridade".

Descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, repórter da Folha da Noite, Carolina teve suas anotações publicadas em 1960 no livro Quarto de Despejo, que vendeu mais de cem mil exemplares. A obra foi prefaciada pelo escritor italiano Alberto Moravia e traduzida para 29 idiomas. Em 1961, o livro foi adaptado como peça teatral por Edi Lima e encenado no Teatro Nídia Lícia, no mesmo ano. Sua obra também virou filme, produzido pela Televisão Alemã, que utilizou a própria Carolina de Jesus como protagonista do longa-metragem Despertar de um sonho (inédito no Brasil).

Em 1963, Carolina publicou, pela editora Áquila, o livro Pedaços da Fome, com apresentação de Eduardo de Oliveira. Em 1965 publicou Provérbios. Em 1977, durante entrevista concedida a jornalistas franceses, Carolina entregaria seus apontamentos biográficos, onde narrava sua infância e adolescência. Em 1982 o material foi publicado postumamente na França e na Espanha, sendo lançado no Brasil em 1986, com o título Diário de Bitita, pela editora Nova Fronteira.

Carolina foi uma das duas únicas brasileiras incluídas na Antologia de Escritoras Negras, publicada em 1980 pela Random House, em Nova York. Também está incluída no Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis, publicado em Lisboa por Lello & Irmão.


Carolina faleceu em São Paulo, em 13 de fevereiro de 1977.

“GRITARAM-ME NEGRA” - PARA REFLETIR



“GRITARAM-ME NEGRA”

Victoria Eugenia Santa Cruz Gamarra (La Victoria, 27 de outubro de 1922 - Lima, 30 de agosto de 2014)[1] foi uma poeta, coreógrafa, folclorista e estilista peruana[2] [3] [4] . Iniciou a carreira em 1968, integrando o grupo Cumanana, ao lado do irmão mais novo, o poeta Nicomedes Santa Cruz Gamarra. Com uma bolsa do governo francês, foi estudar em Paris em 1961. Na capital francesa, criou os figurinos para montagens de El retablo de don Cristóbal, de Federico García Lorca, e La rosa de papel, de Ramón María del Valle-Inclán. De volta à terra natal, fundou a companhia Teatro y Danzas Negras del Perú, que se apresentaria nos Jogos Olímpicos de 1968, na Cidade do México. Excursionou pelos Estados Unidos em 1969, e depois foi nomeada diretora do Centro de Arte Folclórica de Lima. Dirigiu o Instituto Nacional de Cultura peruano entre 1973 e 1982. Foi professora da Universidade Carnegie Mellon.
Seu poema “Me Gritaron Negra” é uma bandeira na luta contra o racismo. Ele relata aquilo que muitos  negros já viveram, e o faz interiorizar uma autoimagem que nega sua autoestima, Mas, num crescente, a palavra “negra”, que começa como insulto, se transforma em afirmação valorosa da identidade e da humanidade negra.


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

EXPOSIÇÃO: As Aventuras de Pierre Verger


EXPOSIÇÃO
As Aventuras de Pierre Verger

               Dividida em nove núcleos, como Paris, Viagens, Polinésia e Saara, a exposição apresenta cerca de 270 imagens clicadas por Pierre Verger (1902-1996) em diversos lugares do mundo. Ele foi um fotógrafo, etnólogo, antropólogo e pesquisador francês que viveu grande parte de sua vida em Salvador, na Bahia. Além das fotografias, a exposição traz vídeos e ilustrações do artista visual baiano Bruno Marcello, que retrata situações reais e ficcionais vividas por Verger. Organizada por Alex Baradel, responsável pelo acervo da Fundação Pierre Verger, a mostra esteve em cartaz no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador - foram mais de 30 mil visitantes entre março e maio deste ano

Museu Afro Brasil
Avenida Pedro Álvares Cabral, Parque Ibirapuera - Sul
Fone: (011) 3320-8900
Site: museuafrobrasil.org.br
Horário: de terça a domingo: 10h00 às 17h00
Período: De 02/10/2015 até 30/12/2015
Ingresso: R$ 6,00





segunda-feira, 24 de agosto de 2015

GEOGRAFIA, CARTOGRAFIA E O BRASIL AFRICANO: ALGUMAS REPRESENTAÇÕES

GEOGRAFIA, CARTOGRAFIA E O BRASIL AFRICANO: ALGUMAS REPRESENTAÇÕES 


Dentre as questões estruturais relacionadas à cultura africana no Brasil que continuam merecendo investigação e conhecimento, destaca-se as relacionadas aos aspectos geográficos e historiográficos da nossa formação territorial, geralmente tratadas sem as referências devidas às matrizes e ancestratlidades africanas “invisíveis” na sociedade brasileira. O paper resgata as principais referências da geopolítica da diáspora África-América-Brasil e a configuração atual da população afrobrasileira contemporânea. O pensamento social preconceituoso ainda dominante e o desconhecimento da população do país, no que se refere ao continente africano e as suas relações com o Brasil, continuam sendo um dos entraves estruturais para uma perspectiva real de diminuição da exclusão e invisibilidade secular, assim como, a criação no setor decisório, das condições necessárias para a implementação eficaz de políticas públicas mais articuladas e com resultados satisfatórios, sobretudo, na educação e no espaço geográfico. 

Acesso ao texto completo: file:
///C:/Users/Armando.Filho/Downloads/85558-120431-2-PB%20(1).pdf

quinta-feira, 2 de julho de 2015

TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL

TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL
 
 
 
Em dezembro de 2014, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, determinou a retirada de uma lista identificando empresas e pessoas acusadas de exploração de trabalho análogo à escravidão do site do Ministério do Trabalho. Em junho do ano passado, havia o nome de 609 empregadores flagrados cometendo a ilegalidade. O estado do Pará liderava o cadastro, com 27% dos casos. Conversamos com Caio Magri, diretor-executivo do Instituto Ethos e presidente do Instituto do Pacto Nacional Pela Erradicação do Trabalho Escravo | Conexão Futura, 05 de março de 2015. Apresentação: Cristiano Reckziegel.
 

CAMPANHA CONTRA O TRABALHO ESCRAVO


segunda-feira, 15 de junho de 2015

Exposição: Mulheres Artistas: As Pioneiras (1880-1930)

Mulheres Artistas: As Pioneiras (1880-1930)

A participação da mulher nas artes plásticas brasileiras é o tema da exposição "Mulheres Artistas: As Pioneiras (1880-1930)", que tem inauguração neste sábado (13) a partir das 11h, na Pinacoteca de São Paulo.

Obras de Tarsila do Amaral e Nicota Bayeux fazem parte da mostra, que tem como objetivo mostrar a inserção das mulheres na área e a formação que tiveram acesso, considerando que foram contra os discursos da época, que as restringiam ao ambiente doméstico.

As obras selecionadas fazem parte do recorte temporal que vai de 1880 até 1930, no modernismo, quando as mulheres passaram a ganhar mais destaque nas artes.

Dividida em duas salas, a mostra aborda, na primeira, o estudo do desenho dos corpos feminino e masculino, partindo do modelo antigo de desenho e pintura.

Na segunda sala, uma variedade de gêneros artísticos ganham destaques, retratando como as artistas absorveram as regras e criaram seus próprios métodos.

O público poderá conhecer obras e artistas que, por questões de gênero, foram excluídas dos tradicionais círculos artísticos.

"Mulheres Artistas: As Pioneiras (1880-1930)" tem curadoria de Ana Paula Simioni e Elaine Dias e acompanhamento da Fernanda Pitta, da Pinacoteca.

Serviço:

Mulheres Artistas: As Pioneiras (1880-1930)
Quando: De 13 de junho a 6 de setembro de 2015
Funcionamento: terça a domingo, das 10h às 18h, bilheteria até as 17h30
Onde: Pinacoteca de São Paulo - Praça da Luz, 2, Estação da Luz
Quanto: Ingresso (Pinacoteca + Estação Pinacoteca): R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia)
Sábados - entrada gratuita

Mais informações: www.pinacoteca.org.br

 

 

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Exposição: Museu Afro Brasil - "Projeto Africa Africans"


Museu Afro Brasil realiza grande exposição sobre arte africana contemporânea

O Museu Afro Brasil promove a partir do dia 25 de maio, dia Internacional da África, a maior mostra de arte contemporânea africana já realizada no nosso país. Com programação que inclui instalações, pinturas, vídeos, esculturas, moda e um encontro para discussões com os artistas, o projeto Africa Africans, que conta com o patrocínio do Banco Itaú e da Odebrecht, traça um panorama da recente criação visual do continente por meio de obras de artistas de diversos países africanos. A entrada é gratuita e aberta para todas as idades. 

 A exposição conta com cerca de 100 obras, de mais de 20 artistas, em diversos suportes e linguagens, além de outras obras de arte africana, pertencentes ao acervo do museu e à coleção particular de Emanoel Araujo, diretor curatorial do Museu. 

 A exposição tem foco na criação de artistas africanos, nascidos e residentes no continente ou fora dele, assim como artistas de origem africana que, mesmo tendo nascido fora da África, dialogam com a pluralidade de experiências estéticas e sociais presente nas diversas regiões do continente.

 No Brasil, os fios que nos unem ao continente e que durante muito tempo ficaram esquecidos e escondidos pelo racismo cordial característico da sociedade brasileira nos impelem a buscar uma África que é, muitas vezes, criada pelo imaginário. A imagem da África veiculada pela mídia brasileira é frequentemente miserabilista ou então sonhada e idealizada, aquela das práticas culturais originárias de uma África que já não corresponde à atual.

A primeira etapa do Africa Africans aconteceu no último dia 17 de abril, parte do calendário da 39ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW), onde o museu teve a honra de receber a mostra Africa Africans Moda e apresentou os trabalhos de cinco estilistas africanos: Palesa Mokubung (África do Sul); Amaka “Maki” Osakwe (Nigéria); Jamil Walji’ (Quênia); Xuly Bët (Mali) e Imane Ayissi (Camarões). A mostra de moda ocorreu no espaço central do museu e teve a curadoria do nigeriano Andy Okoroafor, reconhecido editor e diretor de arte, clipes musicais e moda em Paris, França.

 
EXPOSIÇÃO 

Uma das obras de maior destaque da Africa Africans será a colossal “The British Library”, do artista plástico nigeriano-britânico Yinka Shonibare MBE. Nascido em Londres em 1962, Shonibare foi criado na Nigéria e voltou para capital inglesa para estudar Artes, dando início à sua trajetória artística. Sua instalação é formada por 6.225 livros coloridos encapados por tecidos dutch wax – conhecidos como ‘tecidos africanos’, mas fabricados na Holanda com uso de técnicas inspiradas na arte milenar do batik indonesiano. O uso deste material é uma marca registrada do artista. Shonibare debate nesta obra questões que lhe são caras como colonialismo, pós-colonialismo e hibridismo e explora o impacto da imigração sobre todos os aspectos da cultura britânica, considerando as noções de território e lugar, identidade cultural, deslocamento e refúgio. A obra também usa recursos multimídia, a exemplo de iPads.

 Também com presença confirmada está “Skylines”, de El Anatsui, ganês radicado na Nigéria. Nascido em 1944, ele é considerado o mais importante artista africano da atualidade, com grande prestígio na Europa e nos Estados Unidos e foi recém premiado, no dia 9 de maio de 2015, com um Leão de Ouro, na Bienal de Artes de Veneza.

Suas obras estão nas coleções públicas do Metropolitan Museum of Art em Nova York; Museum of Modern Art em Nova York; Los Angeles County Museum of Art; Indianapolis Museum of Art; British Museum em Londres; e Centre Pompidou em Paris, entre outras instituições.

 Muitas das esculturas de El Anatsui possuem formas mutáveis e são concebidas para serem livres e flexíveis de modo que se adaptem visualmente em cada instalação. Ao trabalhar com madeira, barro, metal e, mais recentemente, tampas metálicas de garrafas de bebidas alcoólicas, Anatsui rompe com a tradicional adesão da escultura às formas fixas, embora faça visualmente referência à história da abstração na arte europeia e africana. 

 Outro destaque fica por conta da obra “Cloud Earth Twist”, do nigeriano Bright Ugochukwu Eke. A instalação que vem ao Africa Africans tem inspiração autobiográfica. Após sofrer uma infecção na pele decorrente de uma chuva ácida, Eke desenvolveu a obra que consiste em milhares de sacos plásticos cheios de água acidificada. 

 O trabalho de Eke tem sido exposto em cidades como Durban, Lagos, Londres, Nova York e Verona, entre outras. Bright Eke cria uma arte socialmente orientada, explorando os caminhos pelos quais as pessoas interagem com seu meio. Usando água como tema e meio, ele desafia o espectador a pensar sobre este precioso recurso, politicamente, eticamente e ecologicamente.

ENCONTRO COM OS ARTISTAS – O Museu Afro Brasil irá realizar ainda, no dia 26 de maio, um Encontro Internacional sobre o tema da exposição, trazendo os artistas convidados para um debate com o público acerca de sua produção e de questões levantadas pela exposição e pelos participantes.

 Será produzido também um catálogo trilíngue (português-inglês-francês) sobre a exposição, a mostra de moda e o seminário.

 SERVIÇO: 

 
AFRICA AFRICANS 

Exposição de Arte Africana Contemporânea

 
ABERTURA DA EXPOSIÇÃO

25 DE MAIO – 19H
ENCERRAMENTO
30 DE AGOSTO

 Museu Afro Brasil

Av. Pedro Álvares Cabral, s/n

Parque Ibirapuera - Portão 10

São Paulo / SP - 04094 050

Fone: 55 11 3320-8900

www.museuafrobrasil.org.br