Mesmo com
maior participação, negros ainda são 17,4% no grupo dos mais ricos
A população que se identifica como preta ou parda cresceu entre
a parcela 1% mais rica da população brasileira. Mesmo assim, segundo dados
divulgados nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), na Síntese de Indicadores Sociais, eles representam apenas
17,4% do total da parcela mais rica do país. Mais de 79% são de pessoas brancas.
Em 2004, havia 12,4% de negros e 85,7% de brancos nesse grupo, que é formado
por pessoas que moram em domicílios cuja renda média é de R$ 11,6 mil por
habitante.
Por outro lado, a população que forma o grupo 10% mais pobre,
com renda média de R$ 130 por pessoa na família, continua majoritariamente
negra. O percentual aumentou nos últimos 10 anos. Em 2004, 73,2% dos mais
pobres eram negros, patamar que aumentou para 76% em 2014. Esse número indica
que três em cada quatro pessoas é negra entre os 10% mais pobres do país.
Segundo o IBGE, os negros (pretos e pardos) eram a maioria da
população brasileira em 2014, representando 53,6% da população, enquanto as que
se declaravam brancas eram 45,5%. Em 2004, o cenário era diferente, pouco mais
da metade se declarava branca (51,2%), enquanto a proporção de pretos ou pardos
era 48,2.
Os brancos eram 26,5% dos mais pobres em 2004 e sua participação
nessa fatia da população caiu para 22,8% em 2014.
Se considerada a população total de negros no Brasil, 38,5%
deles estavam entre os 30% mais pobres da população em 2014, valor inferior aos
41,6% registrados em 2004. Houve um aumento da proporção de brancos que se
encaixam nessa faixa de renda: de 19,1% em 2004 para 19,8%.
Já os negros que estão entre os 30% mais ricos são 20,1% do
total da população desta cor no Brasil. Para os brancos, esse percentual é de
41,9% e praticamente não se alterou em relação a 2004, quando era de 41,9%.
Em 2004, 17,2% dos negros estavam entre os 30% mais ricos dos
brasileiros.
Desigualdade
de renda
Para avaliar a desigualdade de renda, o IBGE calculou o Índice
de Palma no Brasil, indicador que avalia quanto a mais os 10% mais ricos se
apropriam do total dos rendimentos em relação aos 40% mais pobres. Segundo a
pesquisa, o rendimento dos 10% mais ricos concentrava um valor 4,3 vezes maior
que os 40% mais pobres do país em 2004, valor que caiu para 3,1 vezes em 2014.
Os números do IBGE mostram que, em 2014, os 40% mais pobres do
Brasil recebiam 13,3% do total da massa de renda do país, percentual se manteve
praticamente estável entre 2011 e 2014, depois de ter crescido de 2004 (10,6%)
a 2011 (13,1%). A população que fica na faixa intermediária, entre os 40% mais
pobres e os 10% mais ricos, elevou sua participação de 43,9% do total da renda
para 45,6%. Já os 10% mais ricos detinham 45,5% do total dos rendimentos em
2004 e perderam participação, chegando a 41% em 2014.
FONTE: MSN - 04/12/2015
- MSN.com/pt-br/?ocid=mailsignoutmd