sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A ARTE E O CANDOMBLÉ NAS MÃOS DE MOISÉS PATRÍCIO, ACEITA?



A ARTE E O CANDOMBLÉ NAS MÃOS DE 
MOISÉS PATRÍCIO, ACEITA?

O artista plástico Moisés Patrício (28) reflete na série fotográfica ‘Aceita?’ diversos conflitos cotidianos. A cada dia, uma imagem nova é composta, fotografada e divulgada no Instagram. Os elementos utilizados para compor sua obra variam de acordo com o sentimento provocado pelo lugar onde o artista frequenta. “Eu chego no lugar e o que me incomoda, o que me dá a sensação de desmaio, de alegria, de tristeza, de revolta ou de manifestação política, serão os elementos ativadores de ideia”, explica.

 A partir de influências como Marcel Duchamp, Moisés que teve seu primeiro contato com a arte aos 14 anos, como assistente do artista plástico Juan José Balzi, busca encontrar uma equivalência ao que chama de perda da humanidade. “Eu parto do discurso dele de pegar um objeto que não tenha nenhum traço humano, nenhum gesto, e tento ativar na minha mão”, conta.

FONTE: http://www.afreaka.com.br/notas/arte-e-o-candomble-nas-maos-de-moises-patricio-aceita/

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Cine Belas Artes exibe filmes inéditos em mostra sobre afrofuturismo.


Belas Artes exibe filmes inéditos em mostra sobre afrofuturismo.

Como parte da comemoração ao Dia da Consciência Negra, o Caixa Belas Artes recebe de 19 de novembro a 2 de dezembro uma mostra com 21 filmes sobre afrofuturismo, que retratam a diáspora da cultura negra pelo mundo e para outros mundos, no passado e no futuro.

O ingresso para cada sessão custa R$ 14 (inteira). Há ainda um passaporte para todos os filmes, por R$ 40.

Batizada de "Afrofuturismo: Cinema e Música Em Uma Diáspora Intergaláctica", a mostra traz ficção científica, fantasia, realismo fantástico, documentários e filmes experimentais em curtas e longas-metragens.

A maioria dos filmes é inédita no Brasil, com destaque para "Space is the Place", de 1974, que conta com a participação do lendário jazzista Sun Ra.

O premiado escritor de ficção científica Samuel R. Delany está representado em uma sessão especial, em que serão exibidos o curta "Orquídea/The Orchid", dirigido pelo próprio escritor, e o documentário "Polymath", em que Delany fala sobre sua vida e seu trabalho.

Do Brasil, a mostra traz dois longas: a ficção hiper-realista "Bom dia, eternidade" sobre o cotidiano de uma família negra paulista, e "Branco Sai, Preto Fica", que mistura documentário e ficção científica para contar sobre um evento trágico em Ceilândia (DF).

Ficção científica com tradições religiosas africanas estão em títulos como "Beatitude", "Rapsódia", "Yansan", do Brasil, e "Oyá: a Ascensão dos Superorixás", da Nigéria.

A mostra conta ainda com uma palestra sobre as definições de Afrofuturismo e sua influência para além do cinema, nos campos musicais, literários e das artes visuais. O evento acontece dia 28 de novembro às 18h30, com entrada gratuita.

Serviço:

Mostra "Afrofuturismo: Uma Diáspora Intergalática no Cinema e na Música"

Quando: De 19 de novembro a 2 de dezembro. 16h (todos os dias), 18h30 (todos os dias) e 23h30 (aos sábados)

Onde: Caixa Belas Artes - Sala Aleijadinho - Rua da Consolação, 2423, Consolação
Quanto: R$ 14 (Inteira) e R$ 7 (Meia).

Passaporte para assistir a todos os filmes da mostra por R$ 40

Bilheteria: Das 13h até 20 minutos após o início da última sessão.

Mais informações:  (11) 2894-5781


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

ÁFRICA E BRASIL: UNIDOS PELA HISTÓRIA E PELA CULTURA


ÁFRICA E BRASIL:
 UNIDOS PELA HISTÓRIA E PELA CULTURA

Acesse a matéria pelo site:
http://revistaescola.abril.com.br/consciencia-negra/africa-brasil/


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Museu Afro Brasil



Museu Afro Brasil

O Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e administrado pela Associação Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura.

Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso Parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu conserva, em 11 mil m2 um acervo com mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.

O Museu exibe parte do seu Acervo na Exposição de Longa Duração, realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam sua Programação Cultural ao longo do ano.

Site do museu:


terça-feira, 10 de novembro de 2015

Preconceito: Mito da democracia racial só fez mal ao negro no Brasil.

Preconceito: Mito da democracia racial só fez mal ao negro no Brasil

O Brasil é um país racista. Casos como os dos insultos ao jogador Michel Bastos e à atriz Taís Araújo nas redes sociais expõem essa realidade com mais visibilidade. O sofrimento de ambos, por serem figuras públicas, tende a comover mais as pessoas.

Mas, segundo especialistas e ativistas sociais, o país ainda reflete as mesmas relações escravocratas de séculos atrás.

"As máscaras caíram. O movimento negro contemporâneo foi responsável pelo desmonte do mito da democracia racial", afirma Rosane Borges, jornalista e professora da Universidade Estadual de Londrina (PR).

O termo, difundido a partir do livro "Casa Grande e Senzala" (1933), de Gilberto Freyre, considera que as relações entre negros e brancos no Brasil se deram e se dão de forma harmônica.

"Os indicadores sociais demonstram como isso é falso. Dados do IBGE e de IDH [sobre qualidade de vida] mostram como a raça é que organiza as relações sociais no Brasil", afirma Borges. Para os estudiosos, a pobreza não explica a mudança nos índices sociais quando se considera apenas a população negra.

Vilma Reis, socióloga e ouvidora-geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia, concorda: "Quando eu olho o sistema prisional, por exemplo, eu vejo um sistema colonial, de vingança contra negros e negras". "Somos mais de 50% do total da população, mas mais de 70% dos pobres e bem mais da metade dos desempregados", compara.

Douglas Belchior, blogueiro e militante do movimento negro, reforça que há muito tempo "existe uma cultura de negação do racismo". "Somos educados a naturalizar o racismo, a achar que é normal", diz Belchior.

Xingamentos nas redes sociais

Para eles, as redes sociais amplificam as vozes, tanto dos caluniados quanto dos caluniadores.

"A internet tira isso de um circuito confinado a um espaço doméstico ou nos clubes e vira uma caixa de ressonância", diz Borges.

"É melhor ter um campo de batalha aberto. Você sofre a ofensa e se pronuncia no mesmo lugar. Quem é homofóbico ou racista não vai recuar, com ou sem as redes sociais", diz Reis.

Douglas Belchior diz, contudo, que "a estrutura da sociedade em que a gente vive é muito mais violenta do que a da web". "A internet faz um favor para a gente, para o bem e para o mal. Explicita valores que estão presentes na sociedade."


Acessado em 10/11/2015 - 10h40m


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Homicídios de negras aumentam quase 20% e de brancas caem 12%, diz estudo.

Homicídios de negras aumentam quase 20% e de brancas caem 12%, diz estudo.

Entre 2003 e 2013, a taxa de homicídios de mulheres negras no Brasil aumentou 19,5%, enquanto a taxa de homicídios contra mulheres brancas caiu 11,9%. Os dados são do estudo Mapa da Violência 2015 - Homicídios de Mulheres divulgado nesta segunda-feira (9) e produzido pela Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais). Em 2013 (dados mais recentes disponíveis), 7,8 mulheres negras foram assassinadas todos os dias. Em geral, a taxa de homicídios cometidos contra mulheres no Brasil cresceu 8,8% no mesmo período.

De acordo com o estudo, em 2003, a taxa de homicídios de mulheres negras no Brasil era de 4,5 para cada 100 mil habitantes. Onze anos depois, em 2013, a taxa subiu para 5,4/100 mil habitantes. Em contrapartida, as taxas de homicídios de mulheres brancas caíram de 3,6/100 mil habitantes em 2003 para 3,2/100 mil habitantes.

Para o coordenador do estudo, Julio Jacobo Waiselfisz, a discrepância entre as mortes de mulheres negras e brancas é resultado de pelo menos três fatores: terceirização da Segurança Pública, politização da temática da segurança e o racismo.
"Na prática, a população branca que tem mais recursos paga por uma segurança extra. Isso acontece nas lojas, nos shoppings para onde esse público vai. Na realidade, a população branca acaba tendo acesso a duas formas de segurança: a do Estado e a privada", explica Jacobo.

O pesquisador diz ainda que a segurança pública virou um tema muito caro aos políticos e que isso influencia a tomada de decisões dos gestores.
"Quando uma empresária branca morre em um bairro nobre, a consequência imediata é que mais policiais são deslocados para aquela área como uma forma de atender ao clamor da opinião pública. O mesmo não acontece quando uma mulher negra é morta em uma favela. Essa politização da segurança gera distorções", afirmou.
Para Jacobo, o racismo é o terceiro elemento que ajuda a explicar a diferença entre os índices de homicídios contra mulheres negras e brancas.
Em relação aos dados totais da pesquisa, o estudo revela que entre os anos de 2003 e 2013 foram mortas 46.186 mulheres. Desse total, 25.637 eram negras, ou 55%. As mulheres brancas assassinadas no período foram 17,5 mil, ou 37% do total.
De acordo com o estudo da Flacso, o Estado com a maior taxa de homicídios contra mulheres negras em 2013 foi o Espírito Santo, onde o índice chegou a 11,1/100 mil habitantes. O Estado com a menor taxa é São Paulo, com 2,7/100 mil habitantes. Em relação às mulheres brancas, o Estado mais violento para elas em 2013 foi Rondônia, onde a taxa chegou a 6,4/100 mil habitantes. O Estado mais seguro para mulheres brancas, segundo a pesquisa, foi Roraima, onde a taxa foi zero.
O estudo critica a impunidade nos casos de homicídios contra mulheres e diz que ela incentiva a violência contra a mulher.
"Se a impunidade é amplamente prevalecente nos homicídios dolosos em geral, com muito mais razão, pensamos, deve ser norma nos casos de homicídio de mulheres", diz o estudo.
"A normalidade da violência contra mulher no horizonte cultural do patriarcalismo justifica, e mesmo autoriza que o homem pratique essa violência, com a finalidade de punir e corrigir comportamentos femininos que transgridem o papel esperado de mãe, de esposa e de dona de casa", registra o documento.
FONTE: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/11/09/homicidios-de-negras-aumentam-195-e-de-brancas-caem-119-diz-estudo.htm



sexta-feira, 6 de novembro de 2015

SÉRIE HERÓIS DE TODO MUNDO

HERÓIS DE TODO MUNDO


Heróis de todo mundo é uma série de interprogramas que apresenta verdadeiros heróis e heroínas que fizeram a diferença na história do Brasil, mas que muita gente desconhece que são negras. Na série, suas histórias e trajetórias são apresentadas e representadas por personalidades que tiveram, de algum modo, sua vida e atividade profissional influenciada por estes heróis.













MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA - CAROLINA MARIA DE JESUS



CAROLINA MARIA DE JESUS

Carolina Maria de Jesus nasceu no interior de Minas Gerais, em Sacramento, no dia 14 de março de 1914. Vinda de uma família extremamente pobre, tinha mais sete irmãos e teve que trabalhar cedo para ajudar no sustento da casa. Por isso, estudou apenas até o segundo ano primário. Na década de 30, mudou-se para São Paulo e foi morar na favela do Canindé. Ganhava seu sustento e de seus três filhos catando papel. No meio do lixo, Carolina encontrou uma caderneta, onde passou a registrar seu cotidiano de favelada, em forma de diário.

Segundo Magnabosco, "mesmo diante todas as mazelas, perdas e discriminações que sofreu em Sacramento por ser negra e pobre, Carolina revela, através de sua escritura, a importância do testemunho como meio de denúncia sociopolítica de uma cultura hegemônica que exclui aqueles que lhe são alteridade".

Descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, repórter da Folha da Noite, Carolina teve suas anotações publicadas em 1960 no livro Quarto de Despejo, que vendeu mais de cem mil exemplares. A obra foi prefaciada pelo escritor italiano Alberto Moravia e traduzida para 29 idiomas. Em 1961, o livro foi adaptado como peça teatral por Edi Lima e encenado no Teatro Nídia Lícia, no mesmo ano. Sua obra também virou filme, produzido pela Televisão Alemã, que utilizou a própria Carolina de Jesus como protagonista do longa-metragem Despertar de um sonho (inédito no Brasil).

Em 1963, Carolina publicou, pela editora Áquila, o livro Pedaços da Fome, com apresentação de Eduardo de Oliveira. Em 1965 publicou Provérbios. Em 1977, durante entrevista concedida a jornalistas franceses, Carolina entregaria seus apontamentos biográficos, onde narrava sua infância e adolescência. Em 1982 o material foi publicado postumamente na França e na Espanha, sendo lançado no Brasil em 1986, com o título Diário de Bitita, pela editora Nova Fronteira.

Carolina foi uma das duas únicas brasileiras incluídas na Antologia de Escritoras Negras, publicada em 1980 pela Random House, em Nova York. Também está incluída no Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis, publicado em Lisboa por Lello & Irmão.


Carolina faleceu em São Paulo, em 13 de fevereiro de 1977.

“GRITARAM-ME NEGRA” - PARA REFLETIR



“GRITARAM-ME NEGRA”

Victoria Eugenia Santa Cruz Gamarra (La Victoria, 27 de outubro de 1922 - Lima, 30 de agosto de 2014)[1] foi uma poeta, coreógrafa, folclorista e estilista peruana[2] [3] [4] . Iniciou a carreira em 1968, integrando o grupo Cumanana, ao lado do irmão mais novo, o poeta Nicomedes Santa Cruz Gamarra. Com uma bolsa do governo francês, foi estudar em Paris em 1961. Na capital francesa, criou os figurinos para montagens de El retablo de don Cristóbal, de Federico García Lorca, e La rosa de papel, de Ramón María del Valle-Inclán. De volta à terra natal, fundou a companhia Teatro y Danzas Negras del Perú, que se apresentaria nos Jogos Olímpicos de 1968, na Cidade do México. Excursionou pelos Estados Unidos em 1969, e depois foi nomeada diretora do Centro de Arte Folclórica de Lima. Dirigiu o Instituto Nacional de Cultura peruano entre 1973 e 1982. Foi professora da Universidade Carnegie Mellon.
Seu poema “Me Gritaron Negra” é uma bandeira na luta contra o racismo. Ele relata aquilo que muitos  negros já viveram, e o faz interiorizar uma autoimagem que nega sua autoestima, Mas, num crescente, a palavra “negra”, que começa como insulto, se transforma em afirmação valorosa da identidade e da humanidade negra.